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Val' do Jequitinhonha

Foto Wederson Moraes

O Vale

Entrevistas

Jota Neris

Jô Pinto

O Vale

O Vale do Jequitinhonha situa-se no Norte do estado de Minas Gerais. É banhado pelo rio Jequitinhonha e seus afluentes. A região toda tem uma população de aproximadamente 1 milhão de pessoas e é considerada uma das regiões mais pobres do Brasil.

Na verdade, trata-se de uma região de contrastes. A pobreza gerada pela seca e pela falta de empregos convive com uma rica cultura e um forte capital social. Uma região onde os homens passam a maior parte do ano em outras cidades especialmente para o trabalho na construção civil em grandes centros urbanos. E onde as mulheres criam seus filhos e cuidam das suas casas e dos idosos. A elas cabe gerar seu sustento através da agricultura de subsistência, artesanato e, recentemente, também do turismo de base comunitária.
Celeiro inventivo e artístico muito peculiar no estado, o Vale do Jequitinhonha é berço de belas e criativas manifestações: trabalhos em couro, bordados, tecelagem, desenho, música, esculturas em madeira, cestaria, pintura e o artesanato em cerâmica. Os trabalhos com barro no Vale começaram com a confecção de peças utilitárias, feitas por mulheres então chamadas de “paneleiras”. A tradição foi mantida geração após geração – bisavós, avós, mães e filhas.

Fonte: https://vivejar.com.br/pt/nossas-viagens/vale-do-jequitinhonha/

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No final da década de 1970, almejando manter e divulgar a cultura do Vale do Jequitinhonha, jovens universitários, entre eles Carlos Figueiredo, George Abner, Aurélio Silby e Tadeu Martins, integrantes do movimento estudantil, através do Jornal Geraes, com o objetivo de "dar voz e vez aos trabalhadores da região, mostrar o homem do Vale, suas realizações, seus sonhos e sua luta por melhores condições de vida" criaram o Encontro de Compositores do Vale do Jequitinhonha.


Em novembro de 1979, o jornal promoveu o primeiro Encontro que reuniu 22 compositores de 15 cidades da região, que nunca haviam se encontrado, para apresentarem suas canções. O evento foi tão bem sucedido, que os participantes foram a diversas cidades do estado para apresentarem um show (MARTINS, 2012).


O cartaz de divulgação da apresentação consistia em fotos 3x4 dos participantes acompanhadas do título "Procurados", da mesma forma que fazia a polícia na época para encontrar os revolucionários. Vale ressaltar que o país estava em plena ditadura militar e que essa divulgação não agradou aqueles que estavam no poder, o que fez o grupo ser alvo de represálias. A população se mobilizou e, em 1980, foi realizada a primeira edição do Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha (Festivale), na cidade de Itaobim, tendo como tema "Vale, vida, verso e viola", que desde então acompanha o Festival (MARTINS, 2012).


Com o passar dos anos o evento, que atualmente é realizado por uma parceria realizada entre a Fecaje, o Instituo Valemais e a Prefeitura Municipal da cidade sede, foi incorporando novas manifestações artísticas. Atualmente conta com as mais diversas manifestações culturais, entre elas: música, dança, poesia, artesanato, culinária, literatura, congado, folclore e contadores de "causos". Apesar das inúmeras dificuldades impostas para a sua realização, o Festivale vem resistindo bravamente ano após ano a todos os obstáculos. Rubinho do Vale, um dos pupilos do evento, afirma que “o Festivale não é de ninguém. É do Vale, é de Pedra Azul, de Rubim, de Carbonita, é de todos nós. Infeliz do povo que não abre o coração para a sua cultura. Dizem que quando a gente vai no fundo do poço é pra gente levantar e florir muito, e eu tenho certeza que o Festivale vai continuar sendo a coisa maravilhosa que sempre foi".

Fonte: https://www.facebook.com/festivalejequi/

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